terça-feira, 17 de agosto de 2010

Memória de adulto tinha que ser igual a de criança...

Criança tem boa memória, meu filho Kayan é a prova disso...essa semana estava passeando pela internet quando apareceu uma foto do arruda com toda a galera dele (da caixa de pandora). Perguntei como quem não quer nada se ele sabia quem eram. Ele respondeu: Claro né mãe. É o bandido do Arruda e aqueles amiguinhos dele.
Você já viu alguma criança esquecer uma promessa que fazemos a ela???? Nem eu...
Mas a gente esquece constantemente as promessas que os políticos fazem em época de campanha...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mais coisas de criança...

...Olha o que as propagandas fazem com as crianças. Meus filhos assistem todos os dias os desenhos da rede TV... em cada intervalo passa pelo menos duas propagandas do regrigerantes DOLLY (que por sinal nunca vi vender em Brasília.) Como estamos no mês dos pais eles fizeram uma música horrível em homenagem aos pais ( examente igual a que eles fizeram no dia das mães). No dia dos pais minha filha mais nova estava empolgadíssima para ligar para os avôs para desejar a eles um feliz DOLLY ( SEM COMENTÁRIOS NÉ????)...
...Um priminho meu veio dormir aqui em casa ele tem 5 anos. Virou para mim e disse: nossa como o Ícaro é lindo (meu filho que na época tinha 2 meses), mas eu to vendo todos os germes dele (germes???? Como assim???) Eu pensei: ele não deve saber o que está falando deve estar confundindo com outra coisa. Aí perguntei: Luiz felipe o que são germes??? Ele respondeu ué aqueles bichinhos que causam doenças...Falei então você tem visão além do alcance, hehehehehe cada uma que a gente ouve....

domingo, 1 de agosto de 2010


"Um amigo meu, músico famoso, comprou um apartamento térreo em Copacabana.
Transformou o terraço – na parte de trás do apartamento – num jardim.
As árvores cresceram, as trepadeiras se espalharam.
O condomínio do prédio se reuniu, dizendo que as raízes podiam afetar a estrutura da construção, as trepadeiras iam enferrujar a grade divisora.
Depois de dois anos de luta inútil, meu amigo foi obrigado a destruir seu jardim, e cimentar o terraço.
O síndico comentou: “na verdade, o problema não eram as raízes, a trepadeira, ou as plantas. Os outros moradores sentiam-se frustrados porque você tinha um jardim, e eles não. Preferem ver uma paisagem cinza da janela, do que um jardim que não é delas.”
E o terraço tornou a ficar cinzento e triste..."
Paulo coelho

Medo de Pesquisa Eleitoral...
Essa semana aconteceu um fato interessante, para não dizer assustador. Estava na casa do meu sogro já eram mais de 20 horas e o telefone tocou. Era de um instituto que estava fazendo uma pesquisa eleitoral e queriam falar com um homem com 25 anos e segundo grau, o telefone passou para um para outro. Não tem ninguém com essa idade, o telefone foi desligado. Passou uns 10 minutos e outro pesquisador do mesmo instituto ligou : queremos falar com alguém com 25 com nível superior. Meu marido atendeu ( apesar de já ter 31 anos), foi verificar o que o pesquisador queria. Começou a responder as questões: Você acha a Dilma simpática? E o Serra? E a Marina? Você acha que se a Dilma ganhar ela vai ser pau mandada de alguém????
Caraca que tipo de perguntas são essas????? Pau Mandada, como assim???? Rapidamente o meu marido percebeu que era uma pesquisa tendenciosa em prol da Marina do PV. Será que podemos realmente confiar nas pesquisas que estão sendo feitas por aí???? Muiiito medo dessas eleições...
Nada mais a declarar....

sábado, 31 de julho de 2010

Primeiras reflexões sobre a questão habitacional no DF


Aqui em Brasília é muito fácil andar pela cidade e perceber que “não há” pobreza. No máximo são identificados alguns moradores de rua que circulam no centro da cidade. Mas então, seria Brasília uma cidade perfeita????
Longe disso a cidade de Brasília é uma grande representante das desigualdades socioterritoriais. Aqui as famílias pobres entram , mas não podem ficar. Brasília é uma espécie de “ilha”, ruas geralmente limpas, árvores, áreas verdes com flores. Desde sua criação a cidade foi pensada para ser um exemplo de beleza e qualidade de vida. Para quem vem visitar a cidade é exatamente essa a impressão. No entanto, a cidade esconde uma realidade sombria de segregação sócio-espacial.
No entorno de Brasília há diversas cidades, denominadas cidades satélites. Quanto mais distante de Brasília, mais pobre e com menos infra-estrutura e acesso a rede social.
A Política Habitacional no DF ao longo dos anos foi um grande chamariz para pessoas de todas as partes do país. Todos sabiam que se chegassem aqui e fizessem uma “invasão” o governo faria rapidamente a remoção para um terreno ou casa a ser construída em uma nova cidade satélite, cada vez mais distante. Essa política ficou conhecida como a “farra dos lotes”. O grande interesse do governo era garantir que seria eleito novamente. Hoje com as cidades satélites cada vez mais cheias, o governo local efetiva parcerias com as cidades do estado do Goiás que ficam no “entorno” do DF. Essas cidades possuem uma relação muito próxima com o DF, uma vez que parte de sua população trabalha e acessa os serviços de saúde, educação, transporte que são precários em seus município no DF.
Outra característica da política habitacional aqui é a relação forte com as cooperativas e associações habitacionais. Segundo a política habitacional o governo deve reservar um % dos lotes para as famílias organizadas em cooperativas e em associações. Existem hoje centenas de entidades com essa finalidade. Boa parte delas são apenas de fachada e são constantes as fraudes e problemas de lesão ao consumidor, devido a fiscalização precária do governo. É sabido ainda que os critérios para que se escolham quais entidades serão beneficiadas é na maioria das vezes político o que torna o sistema ainda mais frágil.
O DF sofre ainda com a grilagem de terras. Existem inúmeras áreas do governo local, da união e de terceiros que são vendidas ilegalmente pelos grileiros tendo como principais compradores as famílias de classe média que não conseguem pagar os altos preços de Brasília e não querem ficar nas cidades satélites mais distantes em função da falta de infra-estrutura, distância do trabalho ( transporte público de péssima qualidade) e violência.

Toda essa forma de agir para resolver a questão da habitação, transformou a rede de atendimento do DF em um caos, pois foi incentivada a vinda de muitos para cá sem que fosse oferecida as condições adequadas de qualidade de vida.
O processo de crescimento da cidade sem controle e uma ausência de política comprometida com os direitos e bem estar da população gerou a criação de bolsões de pobreza (vistos como área livre para a arrecadação de votos), inchaço em todos os serviços públicos oferecidos e aumento da violência. O favorecimento da elite é uma característica da política desenvolvida aqui, um exemplo disso foi a votação do nosso PDOT cercada de corrupção e compra de votos, além de ter garantido uma falsa participação da comunidade no processo de construção.
Assim a segregação socioterritorial no DF se configura de uma forma muito cruel em que devido o fato da cidade de Brasília ser planejada a divisão entre pobres e ricos no acesso a cidade é muito clara. Esse fenômeno gerou na população todas as conseqüências das desigualdades: insegurança generalizada, a má qualidade ou inexistência dos serviços e equipamentos públicos ofertados e o aumento da violência.

sexta-feira, 23 de abril de 2010


Cultura
Palavra Cantada
Composição: Arnaldo Antunes

O girino é o peixinho do sapo
O silêncio é o começo do papo

O bigode é a antena do gato
O cavalo é o pasto do carrapato

O cabrito é o cordeiro da cabra
O pescoço é a barriga da cobra

O leitão é um porquinho mais novo
A galinha é um pouquinho do ovo

O desejo é o começo do corpo
Engordar é tarefa do porco

A cegonha é a girafa do ganso
O cachorro é um lobo mais manso

O escuro é a metade da zebra
As raízes são as veias da seiva

O camelo é um cavalo sem sede
Tartaruga por dentro é parede

O potrinho é o bezerro da égua
A batalha é o começo da trégua

Papagaio é um dragão miniatura
Bactéria num meio é cultura

Trilhares - Palavra Cantada


As estrelas que de noite eu via
Todas elas lá no céu estão
Mesmo sem vê-las durante o dia
Piscam no céu com o sol gordão

São trilhares de estrelas e eu nem sabia
Que estão lá no céu até mesmo de dia

Como pode o céu ter tanta estrela
Como pode, parece um mar de areia

A areia que na praia eu via
Tantos grãos que estão lá no chão
Punhadinho de areia que eu pego na mão
Tantos grãos que não cabem na numeração

São trilhares de grãos e eu nem sabia
Que esse número aumenta de noite e de dia

Como pode uma praia tem tanta areia
Como pode, parece um céu de estrelas

Tanta areia
Tanta estrela

terça-feira, 6 de abril de 2010

Só de Sacanagem



Ana Carolina
Composição: Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

domingo, 14 de março de 2010

Chá de Saquinho...


Caraca qual será a utilidade deste chá???? Será que deixa a gente com mais saco??? (rsrsrs)... se for to precisando...heheheheehe

Sabia observação....

Não acho ele grande coisa não, mas infelizmente há uma lógica cruel nessa frase...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Agora é oficial...


E que venha o Ícaro.....

Boas notícias para mim... meu novo teste de glicose deu normal, rsrsrsrsrsrsrs...será que me libertei?????
Vamos ver terça-feira na consulta...

Lunês...


A Luna tem uma maneira de falar muito dela... é muito engraçado...
Mamaque, mamique, mamaca, mimeque (isso tudo quer dizer mamãe, rs), papaca, papique, (papai?????), Mãe vc tá muito kekeke (??????), hoje eu aprendi as cores...veduque, mumeke (não faço idéia de que cores são essas, rs). E assim vai, ela adora inventar palavras estranhas para tudo.
Existem ainda algumas palavras que são um pouco mais fáceis de serem compreendidas... "mãe, o pizzeiro não vai trazer a pizza logo??", Mãe olha o meu pinto (pinto???? como assim???)Ela me mostrou um desenho que ela havia pintado... Mãe deixa eu fazer um escreve...
Tem horas que só com muita imaginação para conseguir dialogar com ela, rs !

quarta-feira, 10 de março de 2010

hum doce...


Quem disse que a gente só dá valor as coisas qd perde.. tem total razão...estou no fim de uma gravidez e fiz um teste de intolerância a glicose... e para minha surpresa (e da minha médica) deu um intolerância moderada a açúcar... traduzindo estou pré-diabética... nunca liguei muito para doces... mas,nos últimos tempos... estou fissurada por tortas (sabe aquelas bem molhadinhas e bem docinhas????) e brigadeiro e sorvete... hum chocolate, rsrsrsrs. Sei que existe algumas opções diet...mas elas são diferentes...fica sempre um amarguinho no fundo, rs...estou contando os minutos para comer uma torta gigante de maracujá...

terça-feira, 9 de março de 2010

Gostei da foto

Gostei dessa foto...

" Gravidezes..., rs"



Essa é só para comparar...na primeira foto eu tô grávida da Luna com 9 meses ( repare que o vestido é o mesmo...) E na segunda é da minha gravidez atual com 7 meses. SINISTRO...

O ócio...


Hoje foi um dia extremamente esquisito... eu não tive quase nada para fazer...acho que tem mais de 10 anos que eu não me sentia assim tão "sem nada para fazer". Ontem finalizei a última leva de projetos que tínhamos em aberto...mais ou menos como eu tinha planejado...pois o neném está chegando e eu não queria estar com trabalho acumulado... a jéssica estava aqui hj... logo não precisei fazer nenhuma tarefa doméstica...até das tarefas relacionadas aos meninos ela cuidou...acabei dormindo e agora estou com uma terrível dor de cabeça...estou mal humorada e me sentindo inútil...realmente eu não sei curtir o ócio, rs

segunda-feira, 8 de março de 2010

Que me desculpem os evangélicos... mas essa frase eu não aguentei...

'Jesus Cristo é o caminho; eu sou o pedágio.'
( Edir Macedo )

quinta-feira, 4 de março de 2010

Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará

Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz

Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais

quarta-feira, 3 de março de 2010

Educação ambiental... de filhos para pais


Hoje o Kayan me surpreendeu mais uma vez...
Ele estava tomando banho sozinho aí percebi que o chuveiro havia sido desligado e fui ver o que estava acontecendo. Quando cheguei vi que ele estava se ensaboando e lavando o cabelo. Eu perguntei:"oxe Kayan, tá doido porque você desligou o chuveiro" e ele prontamente respondeu: "Ué para economizar a água do mundo. Ela tá acabando". Fiquei até meio envergonhada pela minha pergunta e pela maneira brava com que falei com ele. Elogiei a atitude dele, rs e me recolhi aos meus hábitos anti-ecológicos...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

E o carnaval da Beija- Flor...

Cinzas do carnaval

Vladimir Carvalho
Cineasta



Sem nenhuma convicção, mas movidos por certa curiosidade talvez malsã, fomos, meses atrás, atendendo a convite do secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, ao encontro dos carnavalescos da Beija-Flor que se reuniriam com a prata da casa, no Açougue Cultural T-Bone, de Luiz Amorim. Já era fato consumado que o GDF patrocinaria o desfile da escola carioca com o tema dos 50 anos de aniversário de Brasília, e o nosso papel, segundo os termos da convocação, era oferecermos subsídios com ideias e sugestões que, incorporadas ao projeto ou contribuindo para o libreto, emprestassem o máximo de autenticidade e brilho ao espetáculo na Sapucaí.

Rolava certo desconforto entre nossas hostes brasilienses porque, como é notório, o governo local — leia-se o hoje apeado José Roberto Arruda — sempre se manteve, desde o início de sua gestão, olimpicamente indiferente às manifestações culturais da cidade, em qualquer de seus segmentos, negando-lhes, impassível, os recursos a que legitimamente faziam jus. Mas, nem por isso, deixamos de nos congraçarmos com os de fora, sobretudo tocados pelo entusiasmo do nosso irrequieto poeta e compositor Luis Turiba, de Moacir Oliveira, da Unidos do Cruzeiro, do anfitrião Luiz Amorim e, naturalmente, pela lábia e saltitante fervor do secretário Gorgulho.

Discrepâncias à parte, colaboramos nas honras da casa em volta dos tira-gostos do T-Bone. Descrente, mas respeitoso, entreguei a Alexandre Louzada, líder dos visitantes, um exemplar do livro Conterrâneos velhos de guerra, com o roteiro completo do filme que realizei sobre Brasília e que é, na minha óptica, razoável súmula da história da cidade, desde a construção até pelo menos os anos de l990 do século que passou. Porém, a impressão que me ficou do encontro foi pífia: superficialidade e pouco caso da parte dos sapientes “pesquisadores” em fraquíssima interação conosco, como se aquilo fosse o cumprimento de uma formalidade, pois já tinham tudo adredemente resolvido na cabeça. Voltamos nós, então, às nossas lides e peregrinações pelos corredores da Secretaria de Cultura em busca dos meios para consecução de nossos projetos nada carnavalescos e que até o momento tardam nas burocráticas gavetas.

No meio do caminho, entretanto, havia uma pedra, a pedra do escândalo, o atropelo do panetone da corrupção que nos assolou todos esses meses até se transformar no agora fora, Arruda. Em plena crise, inúmeros recados de Turiba e, finalmente, o convite de Moacir Oliveira, que só me alcançou horas antes de uma inadiável viagem de trabalho, o que me deixou fora. Era para irmos ao Rio de Janeiro atendendo ao chamado da Beija- Flor, que, agora, pedia socorro sem saber o que fazer diante do cambalacho que poderia botar gosto particularmente ruim no seu carnaval.

Não fui, mas, no avião para Salvador, não conseguia parar de cogitar no que diria ao povo da Beija-Flor se tivesse ido a esse novo encontro. E tudo jorrou cristalino como água da fonte na tela do pensamento. Ingênuo e pretensioso, eu teria proposto: “Vocês querem entrar para a história do carnaval e serem para sempre lembrados? Pois devolvam o dinheiro comprometedor do Arruda. Limpem a barra e convoquem os carnavalescos de Brasília para um fraternal e providencial mutirão. Eu tenho tudo pronto num libreto improvisado em cima da perna.

Abrimos na avenida com um imenso telão com o genial filme de Durval Barbosa como leitmotiv e dali puxaríamos a profusa cornucópia da Caixa de Pandora: um gigantesco panetone de dentro do qual pulavam coreograficamente ratos de todos os naipes e de colarinho branco; uma cueca monumental estendida de canto a canto da passarela de onde transborda uma cascata de notas de R$ 100 que vão ficando pelo chão como folhas, ao longo do desfile.

Meias na mesma escala, em varais, infladas de dinheiro; a famigerada bolsa de dona Eurides Brito inspirando um dos carros alegóricos com um boneco da própria na plataforma de destaque; uma comissão de frente em clave grotesca, constituída de bonecos enormes a exemplo do carnaval de Olinda, simulando Arruda e seus comparsas, a camarilha distrital, o burlesco secretariado, em smokings listrados como roupa de preso. O samba-enredo deve misturar o estilo escrachado do Pacotão com as bossas dos bambas da própria Beija-Flor. Enfim, uma ópera bufa magistral feita de reciclados, lembrando os bons tempos de Joãosinho Trinta no Sambódromo. Preveem-se aplausos exaustivos, ovação. Sucesso absoluto junto à massa.

No outro dia, já de volta a Brasília e ainda excitado com o “meu” desfile, telefonei para Gougon, que também fora convidado ao Rio, mas declinara do convite e contei tudo sobre minha ideia. Hiperativo, ele vibrou e passou rápido a tomar providências, comunicando-se inclusive com um vereador carioca, seu amigo, com grande penetração no populacho das escolas de samba. A resposta da consulta não se fez esperar e foi como uma ducha de água gelada. Falou e disse a voz da experiência: “Não se metam. Vocês estão loucos e não sabem da missa um terço. Esse pessoal é 10 vezes mais esperto do que o Arruda; tirem o cavalo da chuva. Caiam fora enquanto é tempo!”

Na madrugada do dia 15 de fevereiro, assistindo ao desfile da célebre escola, entendi finalmente toda a extensão de minha utopia babaca viajando no reino da maionese. Tive vários sobressaltos diante do luxo asiático e da extravagante fantasia, e o que vi, ao fim e ao cabo, foi insípida e monótona repetição dos chavões do hoje decadente carnaval instituído. Impossível identificar qualquer sombra de nossa Brasília naquela desenfreada estereotipia, onde mais uma vez comparece o velho clichê do Egito e suas múmias douradas, numa fuga autista de nosso presente tão sugestivo de sátira, humor e transgresssão, matéria-prima de um carnaval que se preza.

Ali, onde esperávamos a história de Brasília e seus protagonistas (e são 54 anos desde a construção), o que vimos foi o engodo. Em que bramas, em que brumas esconderam JK, Oscar Niemeyer, Lucio Costa e Bernardo Sayão? Em seus lugares assomam requintadas contrafações de Nefertite e Akneton. Qualquer Nabucodonosor serviria contanto que se fizesse jus ao desperdício dos recursos do contribuinte brasiliense. Até mesmo um simpático calango do cerrado conspurcava o lugar que legitimamente cabia ao nosso Dragão das Diretas-já, que marcou época em nossa memória coletiva. Sem falar num inusitado Anhanguera e um séquito de índios de isopor que soam tremendamente falsos e fora do lugar.

A um limbo inexplicável foram condenados os nossos artistas luminares, póstumos uns, outros em franca atividade! Por onde ficaram Athos Bulcão, Cláudio Santoro, Darcy Ribeiro, Rubem Valentim, Renato Russo, Cassia Eller, Hamilton de Holanda, o Clube do Choro, o Cabeças, o rock; e o Boi do Teodoro? Prefiro mil vezes o carnaval subdesenvolvido, mas alegre, irreverente, livre e, sobretudo, legítimo do Pacotão.

Seria cômico se não fosse trágico III

Seria cômico se não fosse trágico II

Seria cômico se não fosse trágico I

sábado, 20 de fevereiro de 2010

E o BBB...

Literatura de cordel! Há quanto tempo eu não lia!
Muito legal. O povo brasileiro é poeta mesmo !



BIG BROTHER BRASIL



Autor: Antonio Barreto,
Cordelista natural de Santa Bárbara-BA,residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.


Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mau exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

Hoje gostaria de fazer uma singela homenagem a todos os meus amigos (e aqueles que nem conheço)que tanto lutaram para que a justiça fosse feita aqui no DF. E ela começou a partir do momento que ARRUDA foi preso... E isso aí galera... me orgulho muito de vcs e morro de inveja de não ter podido estar junto nessa luta... mas uma hora as coisas irão se acalmar e sei que voltarei a fazer outras coisas que julgo importante e que hoje não cabem na minha vida...Meu muito obrigado a todos vocês...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Rosas e mel



Outra música que acho legal...

Rosas e mel
Luciana Mello
Composição: Jair Oliveira

Mora na canção
Num coração apaixonado, bem-estar
Aparece perfumado de rosas e mel
Feito o azul do céu
É escancarado, encantado
Tem também na voz de quem canta pro dia
É o oi da manhã
O alô da alegria
É o tudo bem quando vai muito bem
Sinfonia da harmonia
Eu quero ser, eu quero ter
Eu quero fazer bem pra alguém
Quero encontrar eu quero espalhar
Eu quero cantar pra ver o que é que dá porque
Ainda bem que cantar faz bem !

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Conto de fadas para mulheres do séc. 21 número II



Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...

E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: - Nem fo...den...do!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010


Infância

Isso é uma panela? Pra quem vem é só seguir, devagarinho, maluquinho! O menino é que sabe -cochichando, bem baixinho - que no pote de ouro, feito por um alquimista,cabe tudo, tudo cabe, mas só sabe quem tem a pista. Quem será que sabe?Quem será o artista?

Me disseram que quem sabe é um maluco pequenino, é um moleque de verdade, um menino maluquinho...

domingo, 31 de janeiro de 2010


Admirável Chip Novo
Pitty
Composição: Pitty
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010



Achei esse texto em um blog e resolvi reproduzí-lo. http://criscwb.blogspot.com/2007/08/o-dom-da-pacincia.html
"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora e vou na valsa
A vida tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara...Tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára...A vida não pára não".
Paciência Lenine / Dudu Falcão
O tema que escolhi hoje foi a virtude da paciência...
Muita vezes, quando nos acontecem certas situações que não aceitamos muito bem, adotamos a atitude imediata de mal-dizer a sua causa. O Evangelho nos trás uma passagem em que fala da resignação diante das aflições:
"A paciência
7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.
Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)"
O Evangelho Segundo O Espiritismo - Capítulo IX
Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos - A Paciência
Portanto, quando sofremos os reverses da vida e assumimos o papel de vítima, devemos, antes mesmo de lamentar a nossa sorte, avaliar o que nos levou àquela situação. Após este processo, vamos nos supreender em como somos responsáveis pelas nossas escolhas...

Caraca... tô contando os dias para o neném nascer... está muito pesada essa barriga...dói tudo rsrsrsrs e ainda tenho dois longos meses pela frente...

O kayan e o Arruda...


O meu filho Kayan de 5 anos é super indignado com o nosso "maravilhoso governador Arruda a quem ele chama carinhosamente de "bandido". Essa semana observei uma conversa entre ele e minha filha Luna (3 anos):
- Kayan cadê, minha boneca, ela sumiu....
- Eu não sei Luna...
- Mais ela sumiu...
- Ah sei o bandido do arruda deve ter roubado ela...
Tive que rir...
Arruda para ele agora é sinônimo de bandido, rs

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010


E mais uma vez acontece...
Sou empurrada para a beirada da pista...fico sem saber se dobro a esquina e sigo outro caminho ou se simplesmente espero passar o carro e atravesso seguindo frente ...
É mais uma vez atravessei...resta saber onde esse caminho me levará e até quando continuarei a seguir em frente...sem dobrar a esquina...